(Circuito escolar)
“Vivamos livres ou morramos homens”
A. Garrett em tragédia Lucrécia
Ao longo dos anos, a CTB
tem vindo a inscrever nas suas escolhas espectáculos dirigidos aos
jovens públicos, usando textos clássicos ou contemporâneos que integram
os curricula de Português e Literatura. Autores como Gil
Vicente, Eça de Queirós, Almada Negreiros, Manoel Teixeira-Gomes,
Sophia de Mello Breyner, Manuel António Pina, Bernardim Ribeiro, Sá de
Miranda e Camilo Castelo Branco
foram objecto de abordagem no âmbito dos projectos de formação de
públicos. Este espectáculo é mais um momento na vontade de possibilitar
aos futuros públicos a aproximação a um autor fundamental da nossa
cultura.
Através de uma série de acções concentradas (no âmbito do BragaCult), vamos
criar condições para que esses jovens públicos e professores se possam
apropriar dos processos de criação, ganhando um “olhar por dentro” da
coisa artística, aprendendo a “ler” e a interrogar esses textos à luz de
uma nova realidade – a prática teatral.
O
objectivo é criar melhores públicos, novos espectadores que dominem
melhor os códigos de leitura dramática, capazes de se estimularem para
lá do que lhes é apresentado, entendendo que toda a obra de arte é/ deve
ser aberta. E que a sua posição de espectador activo é que lhe há-de
conferir o seu verdadeiro significado.
Com Falar Verdade a Mentir
pegamos num texto de um autor maior, na tentativa de «mostrar» aos
espectadores as ideias que subjazem na estrutura dramática da peça. A
luta do autor pela revolução romântica nas letras e no texto português. A
verdadeira modernidade, sem se fixar no culto do passado que
encontramos noutros autores. Com Almeida Garrett e com Falar Verdade a Mentir podemos observar com humor corrosivo onde o discurso é passadista, sem vida e onde se cruza com o novo olhar dos tempos e das desilusões do Presente. Com Almeida Garrett e Falar Verdade a Mentir
são razões estéticas e ideológicas que enformam o discurso teatral, é o
cerne da revolução romântica. A promoção do «sujeito» em instância
estruturante de si mesmo e do mundo em que evolui. E
essa dinâmica está explícita nos discursos dos vários personagens. Um
divertimento teatral num espaço de debate e experimentação.
Rui Madeira
Cenografia
Carlos Sampaio, Rui Madeira
Figurinos
Sílvia Alves
Criação vídeo
Frederico Bustorff Madeira
Criação de som
Luís Lopes
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